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[RELATO] Peripécias do Noob no mmorpg mercenário
#45
Natal e Ano Novo de 2014 meus parentes todos me chamaram para irmos todos na casa de minha vó. Mas dei desculpas e não fui. Passei esses dias encravado no jogo para obter os prêmios especiais de Natal, e muitos outros companheiros fizeram o mesmo.

Deixei de aproveitar e rever parentes legais, comer carne, tomar cerveja, dar risada, enfim, para ficar enfurnado naquele jogo.

Nessa época havia saído atualizações e lembro que estava mantendo a conta de um dos amigos que fiz no jogo.

Ele era o mais forte da nossa Guilda e tinha um char de Guerreiro respeitável! Não gastava muito, mas manjava dos paranauê, e o melhor de tudo, humilde e tinha amizade até com inimigos, mas mantendo a amizade e rivalidade sadia. 

Ele  havia desanimado com as atualizações e de certa forma eu também, pois a cada vez que atualiza mais itens e mais quests para fazer, fora que com isso o poder dos mais fortes aumenta ainda mais, te fazendo correr atrás para não ficar ainda mais atrás!

Ele deixou sua conta, com e-mail, senha, que eram vinculados ao Facebook, aos meus cuidados. Nas mãos de pessoas de má índole, isso ocasionaria um estrago tremendo inclusive na vida pessoal, imagine só! Não que eu seja santo e tal Angel , mas minha filosofia pessoal é respeitar a privacidade e o espaço da pessoa, desde que ela também respeite os meus.

Mantive o char dele por quase dois meses, sem nenhuma pretensão, e quando retornou ficou muito surpreso e me presenteou com bons itens, e mais posteriormente quando vendeu sua conta, depositou em minha conta uma porcentagem do valor total recebido.

Os "Hackers" do Jogo!

Uma coisa que eu temia muito era Hackers, mesmo sem entender como é. Mas a maioria dos casos que via de pessoas que foram hackeadas, e que eram muuuuitos, eram de pessoas que confiaram em outras e entregaram seu e-mail e senha para elas. Muitas e muitas vezes aparecia gente me enchendo o saco que foi hackeado, como se isso fosse problema meu, e quando ia analisar bem, vi que a pessoa deu seu e-mail e senha para outra sem nem conhecer direito. Eu não ajudava, pois acho isso uma tremenda burrice. E nesses casos mandava um tremendo de um FODA-SE, e explicava PORQUE.

E isso porque no chat já tinha um aviso advertindo para não confiar em qualquer jogador lhe oferecendo coisas e tudo mais!

Me impressionava a ingenuidade das pessoas em acreditar nos papos 171!!!

Houve alguns pouquíssimos casos em que eles reconheceram seus erros e ajudei, e posteriormente se tornaram bons jogadores.

Apareciam nas minhas mensagens privadas quase todo dia mensagens de jogadores oferecendo propostas de te ajudar na sua conta, e muitos caíam nesse conto do vigário! Por incrível que pareça! Sempre denunciei essas mensagens mas nunca obtive qualquer retorno.
Havia um tipo de gente que ficava o dia todo querendo 'Hackear' contas alheias. Seres desprezíveis Facepalm

Conseguindo um Emprego

Com muito custo arrumei um novo emprego em uma fábrica e cái no turno 2 (14:20 - 22-35). Não foi nada fácil sair da tremenda zona de conforto em que estava. Para quem passou por situação assim sabe o quanto é foda "voltar ao mundo real". Isso causaria impactos no jogo, pois haveria eventos que eu não poderia participar por conta do horário.

Por outro lado, assalariado poderia 'investir' no jogo, e reservava duzentinho por mês pra minha maga ficar mais forte, mas com essa quantia não se pode fazer muita coisa. Então gastava de forma bem planejada, e focando em upar minha Atena, que na época era Top e fazia um bom estrago! Era Roxa 4 estrelas no total de 5, e o próximo passo, ou cor, era Laranja, o máximo.

[Image: atena.png]

A nível de poder, lembro que estava com 290.000 enquanto que os tops estavam na casa dos 600.000! Pra ser 'bom' nisso aí é desembolsar  quinhentão pra cima e olha lá  Big Grin

Poly, nossa líder, transferiu o cargo de Presidente da Guilda para mim, pois ela estava com problemas pessoais e ficou ausente por um tempo. Para mim não houve problemas quanto á gestão, inclusive o pessoal gostava de mim e aprovava, mas o bicho pegou na questão do tempo, e horário que eu chegava em casa! Havia um evento de um chefão que só eu podia abrir, e o horário não era compatível. Muita gente precisava acordar cedo, e eu só conseguia abrir essa bagaça lá pela Meia-Noite, depois de comer, tomar banho, lavar roupa, etc.

Fiquei acho que 4 ou 5 meses no cargo, e quando Poly retornou devolvi a ela o posto.

Fraudes e Corrupção

Esse é um assunto que considero extremamente desagradável, mas infelizmente tem que ser dito, mas vou tocar nesse assunto de forma superficial. Neste ano de 2015, aparecia uma palavra que até então não conhecia, chamada Chargeback! O que seria isso? Trata-se de o jogador fazer uma recarga de diamantes e depois ligar na operadora cancelando a compra. Também diziam que havia muitos que usavam cartão de crédito clonado.

Marcellus chegou a explicar isso:




Diziam que outros eram ajudados por Moderadores em troca de favores, e que em cada servidor tinha uma 'Conta de Demonstração' para incentivar outros a gastar. Resumindo: o jeitinho brasileiro.

Uma coisa que eu digo que é fato, é que quando eles vêem que alguma coisa está beneficiando a gente, eles simplesmente vão lá e TIRAM! Simples assim! Durante minha jornada já vi muitas vezes isso e acontece até hoje.

Isso me deixou paranóico e revoltado de certa forma, pois quando via algum char que supostamente gastava indiscriminadamente, já me vinha na cabeça certas questões:
"Como alguém tem tanto dinheiro assim pra ficar gastando com isso? O que essas pessoas fazem da vida sendo que estão o tempo todo online? Como que Fulano consegue ganhar tanto poder assim do dia pra noite?" Entre outras questões.

Em 19 de Julho de 2015 este jogo apareceu em rede nacional:




Versão Texto: 
Spoiler Revelar
Tudo parece uma brincadeira inofensiva: passar de fase, ganhar poderes, ganhar prêmios e, assim, ir cada vez mais longe no jogo. O problema é que tem gente que não consegue parar. A brincadeira vira vício. E esse vício virtual abre portas para crimes bem reais, como prostituição, clonagem de cartão de crédito e até pedofilia.
Um mundo mágico, personagens fantásticos, superpoderosos, indestrutíveis. E você no controle de tudo. “Perdi, praticamente, todos os meus amigos, a minha faculdade eu tranquei”, conta uma jovem.
“Já cheguei até a 2, 3 dias sem tomar banho”, diz a aposentada Isabel Ferreira.
“Investi mais de R$ 500 mil”, revela o jogador que não ser identificado.
Mas quem são essas pessoas?
“Eles encontram na vida virtual muito mais satisfação social do que eles têm na vida real”, explica o psicólogo Cristiano Nabuco.
Estamos falando de jogos de internet, que acontecem em ambientes virtuais. O tempo que alguém dedica a esse mundo virtual é o principal sintoma de que algo não vai bem. O dia todo, a noite inteira ali dentro e a vida lá fora deixada de lado. O que começou como uma brincadeira se torna vício e por trás da relação doentia de milhares de pessoas com os jogos virtuais tem um lado oculto e bem real: o lado do crime.
“Aí já entra a questão do cartão clonado, pornografia, pedofilia”, afirma um homem que não quis ser identificado.
Em alguns jogos online, para avançar, passar de fases, é preciso cumprir tarefas. Conquistar armas e equipamentos, dar experiência aos personagens. Você só consegue isso com muito tempo ou muito dinheiro.
E quem não tem nenhum dos dois?
“Fazer poses, tirar a roupa, coisa erótica, coisa de homem mesmo”, conta uma jovem. Ela não quer mostrar o rosto por vergonha da família. A estudante de 23 anos não se intimidou na hora de tirar a roupa na frente da câmera do computador.
Fantástico: Você fez um strip-tease?
Jovem: Sim, fiz.
Fantástico: Tudo isso pelo jogo?
Jovem: Tudo isso pelo jogo.

Do outro lado da tela estava um jogador que prometia dar diamantes, que valem como moeda num dos jogos online, mas não era um jogador qualquer. Era também o que eles chamam de mediador.
Fantástico: O mediador está no jogo para quê?
Jovem: Mediador está lá para te ajudar na verdade.
Fantástico: E ele tem acesso a seus dados?
Jovem: Sim.

Os moderadores são contratados pelas empresas que controlam os jogos, principalmente onde esses games são bem populares, como no Brasil, Turquia e Estados Unidos. Eles devem ajudar os novatos a jogar e são um tipo de fiscal. Por isso, têm acesso a informações de todos os jogadores, inclusive fotos. Alguns se aproveitam desse poder para cometer crimes.
Um rapaz foi um desses moderadores e denuncia casos de pedofilia, envolvendo crianças que estavam jogando.
Moderador: No jogo tem um bate-papo, tem um chat, online, instantâneo. Você conversava normal. Pessoas anunciavam no chat, às vezes, que o moderador tinha solicitado foto da fulana X pelada para dar 100 diamantes, 200 diamantes. Então, isso era muito comum acontecer.
Fantástico: Com crianças?
Moderador: Com crianças.

Para se tornar um jogador importante nesses jogos online, parece não haver limites. Ícaro, no mundo real, é um publicitário que não mostrou o rosto. No mundo virtual, o primeiro colocado em um desses jogos online. Mas isso teve um preço alto.
Ícaro: Já cheguei a investir mais de R$ 500 mil.
Fantástico: R$ 500 mil?
Ícaro: Sim.

É isso mesmo! Ícaro gastou meio milhão de reais para equipar o personagem e se tornar o número um no jogo. Como prova dos gastos, ele nos mostrou o histórico recente de compras. De família rica e bem de vida, para ele dinheiro não é problema. No dia da entrevista, em apenas três horas, Ícaro tinha gastado R$ 2,5 mil em créditos.
Fantástico: Você é o número um. Você deve ser bem amado nessa comunidade.
Ícaro: Ah, sou bem amado e odiado ao mesmo tempo. Esse é um jogo que mexe com o ego.

Odiado porque revelou mais um crime nesse mundo virtual. Jogadores com bem menos dinheiro do que eles participam de uma fraude na compra dos tais diamantes que valem como moeda.
Ícaro: Cartão de crédito clonado, entre outras coisas.
Fantástico: E você conhece pessoas que fazem isso? Você sabe de pessoas que fazem isso?
Ícaro: Sei, sim.
Fantástico: Então, esse não é um mundo virtual apenas.
Ícaro: Não é. Exatamente.

Os diamantes que valem como créditos nos jogos são vendidos em sites de compra. Dependendo da quantidade, custam entre R$ 10 e R$ 2,1 mil, mas funcionários desses sites oferecem os diamantes pela metade do preço. Como? Os funcionários vendem os diamantes com desconto para os jogadores e ficam com o dinheiro. Depois, pagam às empresas pelo valor total com cartões clonados.
Fantástico: Mas cartão de quem?
Mediador: Ai que está, de quem que são os cartões? Os cartões são de várias pessoas, cartões clonados mesmo. São daquelas pessoas que, às vezes, abasteceu em um posto e sem querer o frentista foi lá e clonou o cartão.

O mediador negociou uma compra e guardou todos os e-mails que trocou com o funcionário do site de compra. As compras também são chamadas de recargas. O funcionário escreve: "Basta você fazer o pedido como se fosse comprar diamantes, normalmente, mas por boleto ou depósito. Vai pagar direto na conta que te mandar". Preocupado, ele pede aos clientes que sejam discretos: "Peço a todos que aguardem as recargas para não gerar transtorno e desconfiança entre os jogadores".
As autoridades dizem que nem sempre podem agir, porque os crimes não são denunciados. “A internet não é uma terra sem lei. As pessoas têm que acabar com esse mito de que na internet elas não são identificadas. São identificadas e devem ser punidas se praticarem crimes. O importante é denunciar”, afirma a procuradora-regional da República Neide de Oliveira.
É só um jogo. É virtual. Um clique e tudo desaparece. Desaparece? Não é simples assim. O chamado "transtorno por jogos de internet" entrou oficialmente no manual usado por psiquiatras do mundo todo para o diagnóstico de doenças mentais. E por um motivo simples: nada é real, mas as consequências do vício são. “Esses jogos são montados de uma maneira em que, nas fases iniciais, você consegue ganhar pontos de uma maneira muito fácil e rápida, exatamente, para mexer com a sua autoestima”, explica o psicólogo Cristiano Nabuco.
Foi o que aconteceu com uma jovem de 19 anos. Ela tinha acabado de ser aprovada para uma universidade federal. Entre o vestibular e o início das aulas, seis meses de espera. O jogo seria um passatempo, mas passou tempo demais. Por causa do vício, desistiu da faculdade. “É como se fosse uma droga. É um vício muito grande e as pessoas infelizmente não têm ideia, acham que é idiotice, acham que é bobagem, que é fase, mas não é”, diz.
Ela se isolou no quarto com o computador. Vida social, contato com amigos e com os próprios pais... “Eu perdi tudo. Eu perdi tudo. Eu tinha uma vida, ela parou. Parei minha vida por causa disso”, conta a jovem.
O caminho para vencer o vício é duro. É o que conta Isabel Ferreira, que precisou ser internada. Ela jogou por quatro anos sem parar. “Foram quatro anos de perda de tempo. Foram quatro anos de ilusão, de fuga da realidade”, relembra Isabel Ferreira.
Depois de brigar com a família e desenvolver problemas de saúde graves, Isabel procurou ajuda em uma clínica em Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo. Na semana passada, teve alta depois de oito meses de tratamento. Os passos seguidos por Isabel para se livrar do vício são os mesmos usados por grupos como Alcoólicos Anônimos. “Eu poderia ter resolvido apenas com sentar com a minha família ou conversar com a minha filha ao invés de fugir da realidade, fugir dos problemas”, diz Isabel.
Psiquiatras dizem que esse tipo de jogo seduz ainda mais quem está com a autoestima baixa. “A vida virtual se tornou uma vida tão interessante, ele é tão bem sucedido, tão querido, tão valorizado, que a realidade concreta se torna uma realidade sem graça”, explica o psicólogo Cristiano Nabuco.
Enquanto isso, a indústria de games cresce, e rápido.
Uma consultoria estima que o mercado de jogos movimente US$ 91 bilhões no mundo inteiro apenas neste ano. No Brasil, o mercado de games vai na contramão da economia e cresceu entre 9% e 15% nos últimos cinco anos. São milhões de brasileiros conectados e jogando online todos os dias.
“A dica qual é: seu filho quer fazer parte de um jogo? Ele quer utilizar o videogame pela internet? Não tem problema, você pode, pode até jogar com ele se for o caso. A questão fundamental é: estabeleça um horário e um tempo de duração”, recomenda Cristiano Nabuco.
Nesse mundo mágico de personagens fantásticos e indestrutíveis, o importante é manter o controle para ser só uma diversão, porque, sem controle, a pior das batalhas é ser sair do jogo.
Fantástico: Você não vai voltar a jogar?
Jovem de 19 anos: Não, não vou. Não quero, não vou e não tem quem faça.
Fantástico: Quanto tempo você já está sem jogar?
Jovem de 19 anos: Já tem uns quatro, cinco meses.
Fantástico: Isso aqui acabou, pode fechar?
Jovem de 19 anos: Pode fechar.
Fantástico: Tem certeza?
Jovem de 19 anos: Absoluta.

Detalhe para a Mina que tirou a roupa em troca de diamantes Gargalhada

E então em 13 de Agosto de 2015, outro vídeo que considero importante:




Já estava por aqui disso tudo, e eis que em uma atualização eles tiraram dois itens primordiais que podiam ser obtidos através de Diamante Vinculado, moeda que podia ser obtida no próprio jogo, que era o VIP e o Contrato dos Elfos. Nessa aí fiquei realmente puto da vida Angry , e mais um monte de gente também, que assim como eu resolveram parar de jogar de vez! Isso era Novembro de 2015.

É realmente lamentável e bizarro estar num jogo onde a equipe que deveria lhe incentivar faz justamente o contrário, te sacaneia até o limite! Não dá pra entender a forma de pensar desses caras.

(A seguir, os HueHue invadindo o Wartune! Gargalhada)
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RE: Peripécias do Noob no mmorpg mercenário - de Batoré - 14-07-2018, 03:47 AM

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