28-09-2016, 01:01 AM
Sobre os conflitos na Turquia....
A Turquia possui um ditador que apesar de ter sido eleito democraticamente, está buscando fortalecer o seu poder de comando com uma liderança forte para lidar com os conflitos na região, mais ou menos o que Putin faz na Rússia.
Erdogan é simpatizante da corrente mais radical do islã e motiva em boa parte da população, que o apoia um sentimento de grandeza nacional, sobretudo fomentando um combate contra os curdos, grupo étnico que também é muçulmano, porém faz uma leitura mais branda do Corão e da Sharia.
E exatamente, por não aceitarem o radicalismo do isis, estão realizando uma luta feroz contra eles, dentro da Siria e na fronteira da Siria com o sul da Turquia.
Pra quem não sabe, o isis matou mais muçulmanos do que católicos, europeus ou ocidentais, em sua maioria, suas vitimas são muçulmanos curdos ou que vivem na Siria e lutam contra o estabelecimento do Estado Islâmico.
A Rússia, ao perceber que Erdogan, de perfil ditatorial, que deseja a queda da Siria, para poder ressuscitar o Antigo Império Turco Otomano (com o isis controlando Siria e Iraque ,aliados da Turquia, nas mãos de Erdogan), resolveu apoiar os curdos com pesado armamento bélico, além de estabelecer uma zona de controle em parte do litoral sírio, pois a Russia tem em Assad (líder da Síria), o seu ponto de maior influência no Oriente Médio.
Está muito claro que o serviço de inteligência turco, fiel a Erdogan, sabia que algo estava sendo planejado, pois ele está no poder por quase 15 anos (entre primeiro ministro e presidente), com forte perfil ditatorial e militar, com o seus opositores: no Exército (desejando um estado menos radical, mais laico), e, na minoria da população (em virtude do forte discurso contra os curdos e por reviver o império turco otomano).
Está muito claro que a rebelião não teria como derrubar Erdogan. E provavelmente os militares "golpistas" sabiam que não teriam êxito. então porque arriscaram?
Erdogan ter deixado o "golpe" acontecer mesmo sabendo, seria previsível, afinal ele derrotaria facilmente os opositores, aumentaria a fama de líder forte e poderia aparelhar mais o estado, prendendo juízes e militares supostamente traidores.
Um líder forte, popular, com controle do exercito certamente não desperdiçaria uma oportunidade dessas. Mas fica a pergunta: Então porque a minoria dos rebeldes topou a briga sabendo que iria perder?
A única resposta sensata é que ninguém (com inteligência estratégica) compra uma briga sem saber que pode ganhar, ainda que perca alguns "rounds" pra isso.
É óbvio que a Rússia estimulou esse golpe, pois deseja eliminar um perigoso líder na região que apoia o estado islâmico e combate os curdos (principais aliados russos na Siria).
A maneira de fazer isso é permitir que Erdogan mostre sua verdadeira face, aumentando seus poderes como ditador e achando que pode fazer mais do que realmente pode, entrando mais claramente no conflito da Síria.
Desde que os turcos abateram um avião russo, Putin está apenas esperando uma deixa para ter motivos reais para combater Erdogan: seja uma entrada da Turquia na guerra civil da Síria, seja o aumento na perseguição aos curdos, seja abrindo mais territórios ao sul pro estado islâmico. O fato de todo o armamento curdo ser de origem russa certamente não é uma mera coincidência.
E esse desejo de Putin de agir mais decisivamente na região, tem outros motivos estratégicos, pois a Geórgia e o Azerbaijão fazem fronteira com a Turquia e com a Rússia. E tem uma importante rota comercial que está sendo definida nessa região sob o controle da China e sem o controle da Rússia: "A Ferrovia da seda” ou “Transcontinental Cáspio”.
Putin, é líder de uma nação cristã, cercado de repúblicas separatistas e ex repúblicas, de forte maioria muçulmana está percebendo o avanço chinês na região, a crescente ameaça de radicais islâmicos, ao seu projeto de uma Rússia forte e unida como no passado da União Soviética, além da desvalorização do petróleo e do controle russo sobre antigas rotas comerciais, deixa evidenciado que a aliança com a China tem prazo curto de validade nos próximos anos.
A única forma de combater esse avanço é literalmente exterminar o estado islâmico, o que conta com alguns problemas adicionais, um deles, a ação de Erdogan para minar os curdos (aliados dos russos na Síria).
Diante desse cenário, Putin sabe que sua única saída é precipitar uma guerra na região, antes que a China engula os russos comercialmente e torne a principal financiadora do isis (a Arabia Saudita), o pais mais rico do mundo, criando uma força bélica e econômica aliada com os chineses, muito superior a força européia e de igual pra igual com os EUA. Obrigando a Rússia a se posicionar de um dos lados, o que Putin já escolheu: Apoiar Donald Trump.
Seja qual for o caminho haverá um confronto até 2036, basta ver a movimentação que está acontecendo no planeta, a questão é que com Trump e Putin juntos, isso será muito mais intenso, podendo ocasionar um confronto atômico no planeta, pois os EUA sabem que a China deseja ser a única superpotência do planeta, com uma ideologia filosófica que fere os princípios democráticos dos EUA e da Europa.
A única solução para conter o nascimento de um "novo Assad", na Turquia, é o envolvimento popular, uma saída mais branda que Putin teria que fomentar (armando e infiltrando soldados dentro da oposição do Exercito a Erdogan), permitindo que os militares mais laicos e menos radicais, do que Erdogan, assumissem e criassem uma barreira que estrangulasse o isis na Síria.
De um lado a Turquia, do outro o Irã (que é adversário da Arabia Saudita no qual financia o isis), permitindo uma solução, ainda que temporária, mais pacifica e menos sangrenta para a região.
Fazendo com que a Russia tivesse influencia sobre dois países (Síria e Turquia), equilibrando as forças na região em relação a EUA e China, pacificando temporariamente a região. Tal hipótese, porém só vai ocorrer (se a população turca acordar), caso Trump não seja eleito, pois se ele for, podem esperar um verdadeiro conflito bélico na região.
A Turquia possui um ditador que apesar de ter sido eleito democraticamente, está buscando fortalecer o seu poder de comando com uma liderança forte para lidar com os conflitos na região, mais ou menos o que Putin faz na Rússia.
Erdogan é simpatizante da corrente mais radical do islã e motiva em boa parte da população, que o apoia um sentimento de grandeza nacional, sobretudo fomentando um combate contra os curdos, grupo étnico que também é muçulmano, porém faz uma leitura mais branda do Corão e da Sharia.
E exatamente, por não aceitarem o radicalismo do isis, estão realizando uma luta feroz contra eles, dentro da Siria e na fronteira da Siria com o sul da Turquia.
Pra quem não sabe, o isis matou mais muçulmanos do que católicos, europeus ou ocidentais, em sua maioria, suas vitimas são muçulmanos curdos ou que vivem na Siria e lutam contra o estabelecimento do Estado Islâmico.
A Rússia, ao perceber que Erdogan, de perfil ditatorial, que deseja a queda da Siria, para poder ressuscitar o Antigo Império Turco Otomano (com o isis controlando Siria e Iraque ,aliados da Turquia, nas mãos de Erdogan), resolveu apoiar os curdos com pesado armamento bélico, além de estabelecer uma zona de controle em parte do litoral sírio, pois a Russia tem em Assad (líder da Síria), o seu ponto de maior influência no Oriente Médio.
Está muito claro que o serviço de inteligência turco, fiel a Erdogan, sabia que algo estava sendo planejado, pois ele está no poder por quase 15 anos (entre primeiro ministro e presidente), com forte perfil ditatorial e militar, com o seus opositores: no Exército (desejando um estado menos radical, mais laico), e, na minoria da população (em virtude do forte discurso contra os curdos e por reviver o império turco otomano).
Está muito claro que a rebelião não teria como derrubar Erdogan. E provavelmente os militares "golpistas" sabiam que não teriam êxito. então porque arriscaram?
Erdogan ter deixado o "golpe" acontecer mesmo sabendo, seria previsível, afinal ele derrotaria facilmente os opositores, aumentaria a fama de líder forte e poderia aparelhar mais o estado, prendendo juízes e militares supostamente traidores.
Um líder forte, popular, com controle do exercito certamente não desperdiçaria uma oportunidade dessas. Mas fica a pergunta: Então porque a minoria dos rebeldes topou a briga sabendo que iria perder?
A única resposta sensata é que ninguém (com inteligência estratégica) compra uma briga sem saber que pode ganhar, ainda que perca alguns "rounds" pra isso.
É óbvio que a Rússia estimulou esse golpe, pois deseja eliminar um perigoso líder na região que apoia o estado islâmico e combate os curdos (principais aliados russos na Siria).
A maneira de fazer isso é permitir que Erdogan mostre sua verdadeira face, aumentando seus poderes como ditador e achando que pode fazer mais do que realmente pode, entrando mais claramente no conflito da Síria.
Desde que os turcos abateram um avião russo, Putin está apenas esperando uma deixa para ter motivos reais para combater Erdogan: seja uma entrada da Turquia na guerra civil da Síria, seja o aumento na perseguição aos curdos, seja abrindo mais territórios ao sul pro estado islâmico. O fato de todo o armamento curdo ser de origem russa certamente não é uma mera coincidência.
E esse desejo de Putin de agir mais decisivamente na região, tem outros motivos estratégicos, pois a Geórgia e o Azerbaijão fazem fronteira com a Turquia e com a Rússia. E tem uma importante rota comercial que está sendo definida nessa região sob o controle da China e sem o controle da Rússia: "A Ferrovia da seda” ou “Transcontinental Cáspio”.
Putin, é líder de uma nação cristã, cercado de repúblicas separatistas e ex repúblicas, de forte maioria muçulmana está percebendo o avanço chinês na região, a crescente ameaça de radicais islâmicos, ao seu projeto de uma Rússia forte e unida como no passado da União Soviética, além da desvalorização do petróleo e do controle russo sobre antigas rotas comerciais, deixa evidenciado que a aliança com a China tem prazo curto de validade nos próximos anos.
A única forma de combater esse avanço é literalmente exterminar o estado islâmico, o que conta com alguns problemas adicionais, um deles, a ação de Erdogan para minar os curdos (aliados dos russos na Síria).
Diante desse cenário, Putin sabe que sua única saída é precipitar uma guerra na região, antes que a China engula os russos comercialmente e torne a principal financiadora do isis (a Arabia Saudita), o pais mais rico do mundo, criando uma força bélica e econômica aliada com os chineses, muito superior a força européia e de igual pra igual com os EUA. Obrigando a Rússia a se posicionar de um dos lados, o que Putin já escolheu: Apoiar Donald Trump.
Seja qual for o caminho haverá um confronto até 2036, basta ver a movimentação que está acontecendo no planeta, a questão é que com Trump e Putin juntos, isso será muito mais intenso, podendo ocasionar um confronto atômico no planeta, pois os EUA sabem que a China deseja ser a única superpotência do planeta, com uma ideologia filosófica que fere os princípios democráticos dos EUA e da Europa.
A única solução para conter o nascimento de um "novo Assad", na Turquia, é o envolvimento popular, uma saída mais branda que Putin teria que fomentar (armando e infiltrando soldados dentro da oposição do Exercito a Erdogan), permitindo que os militares mais laicos e menos radicais, do que Erdogan, assumissem e criassem uma barreira que estrangulasse o isis na Síria.
De um lado a Turquia, do outro o Irã (que é adversário da Arabia Saudita no qual financia o isis), permitindo uma solução, ainda que temporária, mais pacifica e menos sangrenta para a região.
Fazendo com que a Russia tivesse influencia sobre dois países (Síria e Turquia), equilibrando as forças na região em relação a EUA e China, pacificando temporariamente a região. Tal hipótese, porém só vai ocorrer (se a população turca acordar), caso Trump não seja eleito, pois se ele for, podem esperar um verdadeiro conflito bélico na região.