21-02-2016, 10:29 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 30-12-2016, 12:28 AM por Mandrake.)
Tenho observado já há algum tempo na blogosfera uma espécie de comportamento que acho, no mínimo, preocupante.
Estes jovens conhecem a Real e volta e meia estão aqui, por isso lhes digo neste momento: levantem suas cabeças, não desistam, foquem em seus sonhos e com fé e esperança nada é impossível. Saiam desse espiral de negatividade que não vão lhes levar a lugar algum. Sua vida vale o mundo inteiro.
Homens, jovens, que declaram abertamente que, apesar de muitos não terem nem seus vinte anos de idade, já desistiram da sociedade e de si mesmos. Segundo esse raciocínio, por serem pobres e “betas” eles não possuem a menor chance de terem um futuro melhor e que suas vidas se resumem ou a ficar em casa jogando vídeo games e comendo batatinha e cheetos ou partirem para o suicídio.
Sinceramente, quando leio uma coisa dessas é inevitável sentir um grande baixo astral, um sentimento negativo, mal estar depressivo.
Como é possível homens tão jovens desistirem de suas vidas e pensarem que ficar no quarto escondidos do mundo seus problemas irão se resolver? Acaso seus pais irão viver para sempre para sustentar uma vida tão medíocre?
Covardia não é estilo de vida. E é exatamente isso que esses jovens não compreendem. Na verdade são uns covardes. Viver não é fácil e viver num país com uma das piores desigualdades de renda do mundo é mais difícil ainda. Todos concordam com isso.
O Brasil possui uma sociedade e valores distorcidos. Sua aparência vale mais do que o que você realmente é. Por isso se vende tudo parcelado, até coisas simples como um tênis e televisão. Tudo para você poder ostentar.
Na minha adolescência, graças à Deus, não existia internet, então eu estava livre de comparar minha vida com o restante da sociedade. A comparação só se dava entre amigos e conhecidos, e se comparando com eles a minha vida era a mais humilde. Meu pai já era falecido e minha mãe cuidava de nós com muita dificuldade. Comprava uma calça jeans por ano, mas fazia questão de comprar a melhor, a Levi´s 505. Eu sabia que não era rico e que teria que lutar muito pra vencer na vida, e isso só me dava mais força. Não conhecia esses termos negativos de “beta” e que “beta só se fode”.
Isso não me impediu de quando chegasse a época de fazer faculdade, esse que vos fala, mal tinha o dinheiro para viajar e fazer o vestibular na cidade que escolhi para fazer uma Universidade Federal. Fui assim mesmo, porque, como já disse, minha mente não conhecia esses termos negativos e fracassados, de ”beta”. Passei e a providência divina me ajudou. Fiz e me formei na Federal no curso que sempre sonhei.
Esses jovens se sentem inferiores, como se seu sangue fosse contaminado com um determinismo do fracasso e da derrota. Eles precisam entender que o problema não é com eles, é com as finanças, porque num país tão desigual como o Brasil sua medida de valor perante a sociedade passa necessariamente pelo dinheiro, coisa que não acontece num país desenvolvido, onde a diferença de padrão de vida entre ricos e pobres não é tão grande como aqui. É preciso compreender isso e não se deixar contaminar com este pensamento distorcido de valores.
Caso esses jovens, como num passe de mágica, passassem por uma reviravolta em suas vidas financeiras, seriam automaticamente amados, queridos e cercados por inúmeros “amigos”. Ou seja, o que eles consideram uma vida de “alfas”, mas tudo moldado pelas circunstâncias.
Em todos os relatos que li sobre essa postura diante da vida, uma característica é a eterna comparação com os outros: sua medição de sucesso ou fracasso não é aquilo que estão conquistando ou evoluindo, mas o que beltrano ou cicrano possuem. Na maior parte das vezes, esses fulanos só possuem o mérito de terem nascido num berço mais favorecido financeiramente. Mas assim mesmo os “cabeças fracas” ficam se diminuindo.
Nossa vida é única e não pode ser construída usando outros como moldes. A satisfação de estar evoluindo, mesmo que a pequenos passos, faz bem pra auto estima e ajuda a sair desse estado depressivo.
Falta fé, gratidão e humildade desses jovens para aceitarem o que a vida lhes deu. Não importa de onde você saiu, o que importa é aonde você quer chegar e desistir cedo demais é um crime contra si próprio e uma derrota auto imposta. Tirem do homem sua fé e sua esperança e ele será um morto vivo.
Estes jovens conhecem a Real e volta e meia estão aqui, por isso lhes digo neste momento: levantem suas cabeças, não desistam, foquem em seus sonhos e com fé e esperança nada é impossível. Saiam desse espiral de negatividade que não vão lhes levar a lugar algum. Sua vida vale o mundo inteiro.
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