25-10-2022, 06:45 PM
Recentemente terminei de ler o livro "Os Demônios" do saudosíssimo Fiódor Dostoiévski.
Conheci a obra num vídeo em que é recomendada pelo, também saudosíssimo, Olavo de Carvalho. Recomendo demais o livro, amigos. Tratasse do grande romance politico do Dostoievski (Acho que só isso já é mais que motivo suficiente para fazerem a leitura.).
Materialismo, niilismo e revolução são os principais temas trabalhados na obra. Dostoievski, através dos seus complexos personagens, apresenta a psique revolucionaria e a nocividade das mesma, assim deixando claro sua posição conservadora face ao desenvolvimento histórico. è de fato uma obra fundamental das letras cristãs!
O livro foi inspirado (pelo menos em parte.) por um crime que realmente aconteceu, um crime politico que culminou num homicídio. O crime em questão, ocorreu a mando de um homem chamado Serguei Netchaiev, líder carismático de uma organização estudantil. Um texto intitulado "Catequese do Revolucionário" foi redigido por esse tal Serguei, um trecho da "catequese" esta presente no Prefacio do grande tradutor Oleg Almeida. Vou deixar o trecho para os senhores lerem; vale a pena para vermos o quão bizarra as ideias revolucionarias podem ser.
Trecho da "Catequese do Revolucionário":
O revolucionário é um homem condenado. Não tem interesses próprios, nem ocupações, nem sentimentos, nem afetos, nem propriedades, nem sequer nome. Tudo nele é absolvido por um só interesse exclusivo, por um só pensamento, por uma só paixão - pela revolução. No âmago de seu ser, mas não verbalmente e, sim, realmente, ele rompeu todo e qualquer vínculo com a orem cívica e toda a sociedade civilizada , com todas as leis, conveniências e condições aceitas por todos, com a moral desta sociedade. É seu inimigo inexorável e, se continua vivendo nela, faz isso apenas para destruí-la da maneira mais certa possível. O revolucionário despreza qualquer doutrinação e abriu mão das ciências pacificas, deixando-as para as gerações por vir. Conhece apenas uma ciência, a ciência da destruição. Para isso, tão só para isso, estuda agora a mecânica, a física, a química e, talvez, a medicina. Para isso, estuda dia e noite, aquela viva ciência das pessoas, das índoles, das situações e de todas as condições do presente regime social, em todas as possíveis camadas dele. Mas seu objetivo é o único, a destruição mais rápida e mais certa desse regime abominável. ele despreza a opinião pública. Despreza e odeia a hodierna moral pública em todas as suas pretensões e manifestações. Tudo quanto contribuir para o triunfo da revolução é moral para ele; tudo quanto o estorvar é imoral e criminoso. O revolucionário é um homem condenado. (...) Severo consigo mesmo, ele deve ser severo também com os outros. Todos os sentimentos ternos e enternecedores, os de parentesco, de amizade, de amor, de gratidão e até mesmo de honra, devem ser esmagados nele por uma só paixão fria pela causa revolucionária. Para ele só existe um gozo, um consolo, uma recompensa e uma satisfação - o sucesso da revolução. Precisa ter, dia e noite, uma só ideia, uma só meta - a destruição implacável. Visando, com sangue-frio e sem cansaço, àquela meta, ele deve estar sempre pronto para morrer e para matar, com suas próprias mãos, tudo quando o impedir de alcança-la. A natureza do verdadeiro revolucionário exclui qualquer romantismo, qualquer sensibilidade, exaltação e empolgação. Exclui mesmo o ódio pessoal e a vingança (pelo menos uma coisa boa kkkk). Sua paixão revolucionária ao tornar-se uma realidade cotidiana, a de cada momento, para ele, deve unir-se a um calculo frio. Nunca, em lugar algum, ele deve ser o que lhe impuserem seus desejos pessoais, mas sempre o que lhe prescrever o interesse geral da revolução. (..) O revolucionário ingressa no (...) chamado mundo civilizado e vive nele com o único objetivo de destruí-lo por completo e o mais depressa possível. Não é um revolucionário se tiver pena de qualquer ciosa naquele mundo, se puder desistir de eliminar uma situação, uma relação ou uma pessoa pertencente àquele mundo em que tudo e todos são igualmente odiados por ele.
Assustador, não? Amigos, se forem ler a obra, peço que comprem a tradução de Oleg Almeida, da editora Martin Claret. A tradução do Paulo Bezerra deturpou o objetivo da obra, então não comprem a tradução da editora 34.
Que Deus abençoe vocês!
Conheci a obra num vídeo em que é recomendada pelo, também saudosíssimo, Olavo de Carvalho. Recomendo demais o livro, amigos. Tratasse do grande romance politico do Dostoievski (Acho que só isso já é mais que motivo suficiente para fazerem a leitura.).
Materialismo, niilismo e revolução são os principais temas trabalhados na obra. Dostoievski, através dos seus complexos personagens, apresenta a psique revolucionaria e a nocividade das mesma, assim deixando claro sua posição conservadora face ao desenvolvimento histórico. è de fato uma obra fundamental das letras cristãs!
O livro foi inspirado (pelo menos em parte.) por um crime que realmente aconteceu, um crime politico que culminou num homicídio. O crime em questão, ocorreu a mando de um homem chamado Serguei Netchaiev, líder carismático de uma organização estudantil. Um texto intitulado "Catequese do Revolucionário" foi redigido por esse tal Serguei, um trecho da "catequese" esta presente no Prefacio do grande tradutor Oleg Almeida. Vou deixar o trecho para os senhores lerem; vale a pena para vermos o quão bizarra as ideias revolucionarias podem ser.
Trecho da "Catequese do Revolucionário":
O revolucionário é um homem condenado. Não tem interesses próprios, nem ocupações, nem sentimentos, nem afetos, nem propriedades, nem sequer nome. Tudo nele é absolvido por um só interesse exclusivo, por um só pensamento, por uma só paixão - pela revolução. No âmago de seu ser, mas não verbalmente e, sim, realmente, ele rompeu todo e qualquer vínculo com a orem cívica e toda a sociedade civilizada , com todas as leis, conveniências e condições aceitas por todos, com a moral desta sociedade. É seu inimigo inexorável e, se continua vivendo nela, faz isso apenas para destruí-la da maneira mais certa possível. O revolucionário despreza qualquer doutrinação e abriu mão das ciências pacificas, deixando-as para as gerações por vir. Conhece apenas uma ciência, a ciência da destruição. Para isso, tão só para isso, estuda agora a mecânica, a física, a química e, talvez, a medicina. Para isso, estuda dia e noite, aquela viva ciência das pessoas, das índoles, das situações e de todas as condições do presente regime social, em todas as possíveis camadas dele. Mas seu objetivo é o único, a destruição mais rápida e mais certa desse regime abominável. ele despreza a opinião pública. Despreza e odeia a hodierna moral pública em todas as suas pretensões e manifestações. Tudo quanto contribuir para o triunfo da revolução é moral para ele; tudo quanto o estorvar é imoral e criminoso. O revolucionário é um homem condenado. (...) Severo consigo mesmo, ele deve ser severo também com os outros. Todos os sentimentos ternos e enternecedores, os de parentesco, de amizade, de amor, de gratidão e até mesmo de honra, devem ser esmagados nele por uma só paixão fria pela causa revolucionária. Para ele só existe um gozo, um consolo, uma recompensa e uma satisfação - o sucesso da revolução. Precisa ter, dia e noite, uma só ideia, uma só meta - a destruição implacável. Visando, com sangue-frio e sem cansaço, àquela meta, ele deve estar sempre pronto para morrer e para matar, com suas próprias mãos, tudo quando o impedir de alcança-la. A natureza do verdadeiro revolucionário exclui qualquer romantismo, qualquer sensibilidade, exaltação e empolgação. Exclui mesmo o ódio pessoal e a vingança (pelo menos uma coisa boa kkkk). Sua paixão revolucionária ao tornar-se uma realidade cotidiana, a de cada momento, para ele, deve unir-se a um calculo frio. Nunca, em lugar algum, ele deve ser o que lhe impuserem seus desejos pessoais, mas sempre o que lhe prescrever o interesse geral da revolução. (..) O revolucionário ingressa no (...) chamado mundo civilizado e vive nele com o único objetivo de destruí-lo por completo e o mais depressa possível. Não é um revolucionário se tiver pena de qualquer ciosa naquele mundo, se puder desistir de eliminar uma situação, uma relação ou uma pessoa pertencente àquele mundo em que tudo e todos são igualmente odiados por ele.
Assustador, não? Amigos, se forem ler a obra, peço que comprem a tradução de Oleg Almeida, da editora Martin Claret. A tradução do Paulo Bezerra deturpou o objetivo da obra, então não comprem a tradução da editora 34.
Que Deus abençoe vocês!
"Portanto, se há na alma um caráter nobre e no corpo algo equiparável a beleza, estando com a alma harmonizando (de modo que ambos participam do mesmo modelo), não seria essa a mais bela visão a ser experimentada por todos aqueles capazes de ver?"