09-04-2018, 09:55 AM
Motivado por uma discordância com o colega @Viride, decidi postar esse tópico sobre o bacon aqui neste reduto realista. Antes de iniciarmos nosso debate, eu gostaria de deixar claro que é quase impossível provar algo cabalmente em matéria de nutrição, simplesmente porque há fatores demais envolvidos na saúde humana, e isto pode gerar muita confusão. Dito isto, ainda assim podemos chegar a conclusões suficientemente precisas para orientarmos nossa alimentação e demais partes do estilo de vida, e é uma investigação neste sentido que proponho ao confrade supracitado. O texto abaixo é uma tradução minha do original de Jamie Lewis, e postei-a inicialmente aqui.
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Eu nunca em minha vida gostei de comer bacon- ele me parecia uma comida inútil destinada a saciar pessoas inúteis em um esforço para encher suas barrigas como uma metáfora para encher suas vidas e almas vazias. Eu honestamente via amantes de bacon com desprezo pela maior parte de minha vida, e conforme eu envelheci e bacon como uma modinha surgiu, eu cheguei à conclusão que certamente não poderia existir qualquer mérito em uma “carne-sobremesa” (NT.: no sentido de ser apetitosa e nada mais), especialmente com hipsters e alguns paleo-retardados o chamando disto. Quando eu comecei a pesquisar sobre ele para poder xingar esses caras referidos, porém, minha opinião mudou rapidamente- parece que o bacon de fato é tudo aquilo que é alegado sobre ele.
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Deixemos para lá o fato que se você fizer um diagrama de Venn de hipsters, caras com barbas bizarras, e pessoas que proclamam infinitamente o quanto elas amam bacon (e manteiga Kerrygold, mas esta é outra questão estúpida para outra hora), você estaria olhando para um círculo único. Deixemos para lá o fato que eu estou prestes a recomendar um comida que é amada por “homens” que conseguem entrar em um skinny jeans e os vestem com orgulho. Deixemos para lá o fato que sua página do Facebook provavelmente está cheia, assim como a minha, por sósias do Grizzly Adams que confundem hobo chiccom masculinidade e não conseguem parar de postar fotos de sua comida, que invariavelmente contém 40% de bacon, mesmo que seja um bolo ou salada de frutas. Deixemos para lá o fato que se você se encontrar em uma pequena livraria cool e indie na parte em moda da cidade, metade dos malditos livros serão sobre bacon, e eles provavelmente venderão óculos escuros com bigodes falsos pendurados, e essa coisa estúpida e sem sentido vai estar perto de um gloss sabor bacon. Estes malucos talvez amem bacon, mas eles também amam coisas como respirar e beber água, e nenhum de nós deveria parar de fazer essas coisas porque cuzões insuportáveis com um senso errado de vaidade e um gosto por serem incômodos públicos gostam delas também.
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Tentando sair desse pântano mental que é meu mar de problemas com memes de internet, tendências sociais estúpidas e a natureza odiosa das mídias sociais, e os imbecis que aparentemente os perpetuam, e devo voltar para o tópico. Pesquisas sobre nutrição ao longo dos últimos dez anos reforçaram, em geral, minha opinião sobre o bacon. Loren Cordain, por exemplo, o autor de the Paleo Diet, detesta bacon, dizendo que é improvável ele se pareça com nada que o homem paleolítico comia e é prejudicial a saúde devido ao seu conteúdo de nitratos e nitritos, “baixo” conteúdo de proteínas, e altos níveis de gordura. Adicionalmente, uma vez que porcos “de fábrica” são alimentados com proteína de soja, grãos moídos e uma mistura de vitaminas e minerais, eles provavelmente têm menos ácidos graxos omega 3 neles. Por alguma razão, autores paleo parecem pensar que porcos confinados são doentes, mas como eles são criados para crescer o mais rápido possível e serem tão grandes e com pouca gordura quanto possível em pouco tempo, eles estão longe de serem doentes – eles são somente mal tratados. De acordo com Cordain, porém,
“Uma maneira final de comparar as características artificiais e insalubres do bacon com carne de porcos não confinados é contrastar as características nutricionais de porcos confinados (que são usados para produzir bacon) com as de javalis selvagens e livres. Embora você possa pensar que javalis selvagens não são parentes de porcos domesticados, eles na verdade são do mesmo gênero e espécie – exceto que um vive sob a mão de humanos enquanto o outro vive livremente.
Porcos ou javalis selvagens procuram comida livre e oportunisticamente e comem principalmente vegetais, mas também animais pequenos, ovos e pássaros. Consequentemente, para humanos comendo carne de javalis selvagem, nós podemos nos beneficiar das características superiores da carne de javali, que incluem carne mais magra, mais gorduras poliinsaturadas benéficas e mais vitamina E.
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Isto é muita carne que nunca foi comida, por nenhuma razão que eu possa imaginar.
Porque porcos são animais monogástricos (somente têm um estômago), eles tê a habilidade de converter ácidos graxos vegetais de 18 átomos de carbono (ALA) em ácidos graxos de 20 e 22 átomos de carbono (EPAe DHA) que reduzem inflamações, doenças cardiovasculares e promovem boa saúde para todos nós quando comemos carne suína. Suínos em ambientes livres contêm maiores concentrações destes ácidos graxos do que em suas contrapartidas confinadas.
Nos últimos 200 anos, a indústria de processamento de comidas produziu uma quantidade imensa e inacreditável de comidas que são quase irresistíveis às nossas papilas gustativas. Eu vou listar só algumas delas, mas o bacon certamente deve estar entre as 5 ou 10 maiores” (Cordain).
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Jesus Cristo.
Apesar do fato que porcos foram domesticados durante a era paleolítica (Hirst), Loren Cordain parece tão firmemente anti-bacon quanto os Kardashians são anti-intelectuais. Ainda mais estranho, Cordain aparentemente não é contra carne suína confinada, vendo que sua molecagem acima é precedida de uma comparação entre costeletas de porco e bacon. Compondo esta contradição está o fato de que quaisquer dois autores paleo aparentemente não conseguem concordar com o que uma dieta “paleo” é, e portanto eu decidi ver o que outros autores paleo pensavam sobre bacon:
Francamente, eu não sei qual é a grande questão para aqueles que afirmam que bacon não é paleo, especialmente aqueles do lado de Cordain- barriga de porco não é menos paleo que frutas e vegetais modernos, e pelo que eu consigo ver aproximadamente o mesmo em termos nutricionais. Sim, você pode estar consumindo mais omega 6 (NT.: ácidos graxos pró-inflamatórios e consumidos em excesso na dieta ocidental padrão) em bacon de porcos confinados, mas este é o caso com qualquer carne de animais confinados. Conforme você pode ver abaixo, de um ponto de vista de macronutrientes, a diferenças entre bacon de porcos e de javalis difere pouco, e a vantagem talvez vá para o bacon de porcos.
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Quando você chegar ao cerne, a única coisas que seria realmente paleo em termos de uma dieta seria caçar e coletar em uma reserva natural. Morangos modernos são monstruosidades geneticamente modificadas quando comparados a morangos selvagens, a bata moderna sequer se parece com sua contrapartida paleolítica (que tinha uma casca dura e venenosa), e o precursor da maçã era basicamente do tamanho de uma cereja e algo azedo. Então, é ridículo evitar bacon porque ele não é “paleo”- poucas comidas na Terra são.
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Em sentido horário a partir de cima: o tipo de morango que vemos no supermercado, verdadeiros morangos selvagens, e morangos alpinos “brancos”.
Então, tendo colocado esta questão para dormir, é hora de falar sobre as substâncias que enlouquecem os naturopatas – nitratos e nitritos. Nitratos e nitritos, na forma de nitrato de sódio e nitrito de sódio, são usados em quantidades muito pequenas em carnes curtidas, e alguns estudos os ligaram a um aumento no risco de câncer colorretal, doenças de Alzheimer, e várias outras doenças, presumivelmente porque elas causam danos ao DNA. Parece horrível, certo? Bem, se segure, porque o bacon não é o culpado mesmo que uma ligação direta tenha sido descoberta entre nitratos e nitritos com essas doenças- rabanetes e seu próprio cuspe são os culpados.
“De fato, nitritos são produzidos pelo seu próprio corpo em maiores quantidades do que ele pode ser obtido pela comida, e o nitrito salivar é responsável por de 70 a 90% de nossa exposição total a nitritos. Em outras palavras, seu cuspe contém muito mais nitritos do que qualquer coisa que você jamais poderá comer.
Em relação à comida, vegetais são a fonte principal de nitritos. Em média, cerca de 93% dos nitritos que comemos vêm de vegetais. Pode te chocar que uma porção de rúcula, duas de alface, e quatro de aipo ou beterraba tenham mais nitritos que 467 cachorros quentes. E sua própria saliva tem mais que tudo isso! Então antes de eliminar carnes curtidas de sua dieta, você talvez tenha de tomar cuidado com seu consumo de aipo. E tente não engolir sua saliva tão frequentemente” (Kresser).
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É O DIABO! MATE-O!
Curtindo um pump de bacon.
Hilário, certo? Felizmente para vegetarianos, porém, parece que nitratos e nitritos na dieta não estão diretamente relacionados com efeitos deletérios sobre a saúde, e já foi demonstrado que eles tem efeitos benéficos à saúde.
“De um ponto de vista terapêutico e nutricional, foi demonstrado que nitratos e nitritos reduzem a pressão arterial (Larsen et al. 2006), protegem contra danos após isquemias (Duranski et al. 2005), reduzem ostress oxidativo (Carlstrom et al. 2011), modulam a função mitocondrial (Larsen et al. 2011) e reduzem o consumo de oxigênio durante exercícios (Larsen et al. 2007). A última descoberta atraiu grande interesse da comunidade esportiva e entre fisiologistas do exercício” (Witzberg).
É, irmão- nitratos se convertem em nitritos, e nitritos se convertem óxido nítrico. Então, quando você come carnes curtidas, você estará conseguindo um pouco de “pump”.
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O consumo diário de bacon e muito levantamento de peso construíram este corpo.
Não é só o NO2 que faz do bacon uma ótima escolha de carne, porém – a carne suína tem mais vitaminas do complexo B que outras carnes, tem um ótimo perfil de aminoácidos, e te dá outra opção quando estivar mudando as fontes de proteínas, que muitos nutricionistas pensam ser ideal para uma saúde máxima. Este pode ser o motivo pelo qual atletas de força e fisiculturistas há muito tempo advogam pela inclusão de bacon em suas dietas. Oh, você não sabia que estes caras tem enchido a cara com “carne-sobremesa” desde o início do século XX? Bem, eles enchem. Aqui vai uma breve lista de alguns defensores vocais do bacon:
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… e eu sei o que eu vou manter em uma sacola como minha nutrição “durante o treino” na academia. Aqui está a receita (em inglês), caso vocês queiram.
Fontes:
AMI Fact Sheet: Sodium nitrate: the facts. American Meat Institute. Web. 19 Dec 2014. http://www.meatami.com/ht/a/GetDocumentAction/i/44170
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Cordain, Loren. Bacon: Is there anything left to discuss? The Paleo Diet. Jun 2014. Web. 12 Dec 2014. http://thepaleodiet.com/bacon-anything-left-to-discuss/
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Kresser, Chris. The nitrate and nitrite myth: Another reason not to fear bacon. Chris Kresser. 2 Jul 2014. Web. 19 Dec 2014. http://chriskresser.com/the-nitrate-and-nitrite-myth-another-reason-not-to-fear-bacon
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Palmieri, Alan. Vince Gironda: Legend and myth. Web. 19 Dec 2014. http://www.davedraper.com/fusionbb/fbbuploads/1225141331-GirondaBook.pdf
Reg Park’s Diet for a Classic Physique! Classic Physique Builder. 19 Feb 2009. Web. 19 Dec 2014. http://classicphysiquebuilder.blogspot.com/2009/02/reg-parks-diet-for-classic-physique.html
Sisson, Mark. How Much Is Too Much? Mark’s Daily Apple. 31 Mar 2010. 18 Dec 2014. http://www.marksdailyapple.com/how-much-is-too-much/#ixzz3MHX4UDBe
Swann PF. Carcinogenic risk from nitrite, nitrate and N-nitrosamines in food. Proc R Soc Med. Feb 1977; 70(2): 113–115.
Witzberg E, Lundberg JO. Dietary nitrate – a slow train coming. J Physiol. Nov 15, 2011; 589(Pt 22): 5333–5334.
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Eu nunca em minha vida gostei de comer bacon- ele me parecia uma comida inútil destinada a saciar pessoas inúteis em um esforço para encher suas barrigas como uma metáfora para encher suas vidas e almas vazias. Eu honestamente via amantes de bacon com desprezo pela maior parte de minha vida, e conforme eu envelheci e bacon como uma modinha surgiu, eu cheguei à conclusão que certamente não poderia existir qualquer mérito em uma “carne-sobremesa” (NT.: no sentido de ser apetitosa e nada mais), especialmente com hipsters e alguns paleo-retardados o chamando disto. Quando eu comecei a pesquisar sobre ele para poder xingar esses caras referidos, porém, minha opinião mudou rapidamente- parece que o bacon de fato é tudo aquilo que é alegado sobre ele.
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Deixemos para lá o fato que se você fizer um diagrama de Venn de hipsters, caras com barbas bizarras, e pessoas que proclamam infinitamente o quanto elas amam bacon (e manteiga Kerrygold, mas esta é outra questão estúpida para outra hora), você estaria olhando para um círculo único. Deixemos para lá o fato que eu estou prestes a recomendar um comida que é amada por “homens” que conseguem entrar em um skinny jeans e os vestem com orgulho. Deixemos para lá o fato que sua página do Facebook provavelmente está cheia, assim como a minha, por sósias do Grizzly Adams que confundem hobo chiccom masculinidade e não conseguem parar de postar fotos de sua comida, que invariavelmente contém 40% de bacon, mesmo que seja um bolo ou salada de frutas. Deixemos para lá o fato que se você se encontrar em uma pequena livraria cool e indie na parte em moda da cidade, metade dos malditos livros serão sobre bacon, e eles provavelmente venderão óculos escuros com bigodes falsos pendurados, e essa coisa estúpida e sem sentido vai estar perto de um gloss sabor bacon. Estes malucos talvez amem bacon, mas eles também amam coisas como respirar e beber água, e nenhum de nós deveria parar de fazer essas coisas porque cuzões insuportáveis com um senso errado de vaidade e um gosto por serem incômodos públicos gostam delas também.
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Tentando sair desse pântano mental que é meu mar de problemas com memes de internet, tendências sociais estúpidas e a natureza odiosa das mídias sociais, e os imbecis que aparentemente os perpetuam, e devo voltar para o tópico. Pesquisas sobre nutrição ao longo dos últimos dez anos reforçaram, em geral, minha opinião sobre o bacon. Loren Cordain, por exemplo, o autor de the Paleo Diet, detesta bacon, dizendo que é improvável ele se pareça com nada que o homem paleolítico comia e é prejudicial a saúde devido ao seu conteúdo de nitratos e nitritos, “baixo” conteúdo de proteínas, e altos níveis de gordura. Adicionalmente, uma vez que porcos “de fábrica” são alimentados com proteína de soja, grãos moídos e uma mistura de vitaminas e minerais, eles provavelmente têm menos ácidos graxos omega 3 neles. Por alguma razão, autores paleo parecem pensar que porcos confinados são doentes, mas como eles são criados para crescer o mais rápido possível e serem tão grandes e com pouca gordura quanto possível em pouco tempo, eles estão longe de serem doentes – eles são somente mal tratados. De acordo com Cordain, porém,
“Uma maneira final de comparar as características artificiais e insalubres do bacon com carne de porcos não confinados é contrastar as características nutricionais de porcos confinados (que são usados para produzir bacon) com as de javalis selvagens e livres. Embora você possa pensar que javalis selvagens não são parentes de porcos domesticados, eles na verdade são do mesmo gênero e espécie – exceto que um vive sob a mão de humanos enquanto o outro vive livremente.
Porcos ou javalis selvagens procuram comida livre e oportunisticamente e comem principalmente vegetais, mas também animais pequenos, ovos e pássaros. Consequentemente, para humanos comendo carne de javalis selvagem, nós podemos nos beneficiar das características superiores da carne de javali, que incluem carne mais magra, mais gorduras poliinsaturadas benéficas e mais vitamina E.
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Isto é muita carne que nunca foi comida, por nenhuma razão que eu possa imaginar.
Porque porcos são animais monogástricos (somente têm um estômago), eles tê a habilidade de converter ácidos graxos vegetais de 18 átomos de carbono (ALA) em ácidos graxos de 20 e 22 átomos de carbono (EPAe DHA) que reduzem inflamações, doenças cardiovasculares e promovem boa saúde para todos nós quando comemos carne suína. Suínos em ambientes livres contêm maiores concentrações destes ácidos graxos do que em suas contrapartidas confinadas.
Nos últimos 200 anos, a indústria de processamento de comidas produziu uma quantidade imensa e inacreditável de comidas que são quase irresistíveis às nossas papilas gustativas. Eu vou listar só algumas delas, mas o bacon certamente deve estar entre as 5 ou 10 maiores” (Cordain).
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Jesus Cristo.
Apesar do fato que porcos foram domesticados durante a era paleolítica (Hirst), Loren Cordain parece tão firmemente anti-bacon quanto os Kardashians são anti-intelectuais. Ainda mais estranho, Cordain aparentemente não é contra carne suína confinada, vendo que sua molecagem acima é precedida de uma comparação entre costeletas de porco e bacon. Compondo esta contradição está o fato de que quaisquer dois autores paleo aparentemente não conseguem concordar com o que uma dieta “paleo” é, e portanto eu decidi ver o que outros autores paleo pensavam sobre bacon:
- os progenitores da dieta paleolítica, S Boyd Eaton and Melvin Konnor, recomendam não comer comidas com muito sal e carnes gordurosas, então bacon definitivamente não (Konnor).
- Ray Audette, o autor de Neanderthin, come 450 gramas de bacon todos os dias no café da manhã (Barr).
- Art DeVany, autor sobre exercícios evolucionários e autor do livro New Evolution Diet diz que o bacon é bom, desde que você corte a gordura (DeVany).
- Keith Thomas, que administra o site EvFit (e levanta 194 no levantamento terra aos 60 anos de idade),como bacon de porcos criados livres, sem nitrato, por volta de uma vez por mês.
- Robb Wolf, autor do Paleo Solution, come bacon regularmente.
- Mark Sisson, autor do Primal Solution, afirma que “Não existe uma coisa como bacon demais”(Sisson).
Francamente, eu não sei qual é a grande questão para aqueles que afirmam que bacon não é paleo, especialmente aqueles do lado de Cordain- barriga de porco não é menos paleo que frutas e vegetais modernos, e pelo que eu consigo ver aproximadamente o mesmo em termos nutricionais. Sim, você pode estar consumindo mais omega 6 (NT.: ácidos graxos pró-inflamatórios e consumidos em excesso na dieta ocidental padrão) em bacon de porcos confinados, mas este é o caso com qualquer carne de animais confinados. Conforme você pode ver abaixo, de um ponto de vista de macronutrientes, a diferenças entre bacon de porcos e de javalis difere pouco, e a vantagem talvez vá para o bacon de porcos.
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Quando você chegar ao cerne, a única coisas que seria realmente paleo em termos de uma dieta seria caçar e coletar em uma reserva natural. Morangos modernos são monstruosidades geneticamente modificadas quando comparados a morangos selvagens, a bata moderna sequer se parece com sua contrapartida paleolítica (que tinha uma casca dura e venenosa), e o precursor da maçã era basicamente do tamanho de uma cereja e algo azedo. Então, é ridículo evitar bacon porque ele não é “paleo”- poucas comidas na Terra são.
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Em sentido horário a partir de cima: o tipo de morango que vemos no supermercado, verdadeiros morangos selvagens, e morangos alpinos “brancos”.
Então, tendo colocado esta questão para dormir, é hora de falar sobre as substâncias que enlouquecem os naturopatas – nitratos e nitritos. Nitratos e nitritos, na forma de nitrato de sódio e nitrito de sódio, são usados em quantidades muito pequenas em carnes curtidas, e alguns estudos os ligaram a um aumento no risco de câncer colorretal, doenças de Alzheimer, e várias outras doenças, presumivelmente porque elas causam danos ao DNA. Parece horrível, certo? Bem, se segure, porque o bacon não é o culpado mesmo que uma ligação direta tenha sido descoberta entre nitratos e nitritos com essas doenças- rabanetes e seu próprio cuspe são os culpados.
“De fato, nitritos são produzidos pelo seu próprio corpo em maiores quantidades do que ele pode ser obtido pela comida, e o nitrito salivar é responsável por de 70 a 90% de nossa exposição total a nitritos. Em outras palavras, seu cuspe contém muito mais nitritos do que qualquer coisa que você jamais poderá comer.
Em relação à comida, vegetais são a fonte principal de nitritos. Em média, cerca de 93% dos nitritos que comemos vêm de vegetais. Pode te chocar que uma porção de rúcula, duas de alface, e quatro de aipo ou beterraba tenham mais nitritos que 467 cachorros quentes. E sua própria saliva tem mais que tudo isso! Então antes de eliminar carnes curtidas de sua dieta, você talvez tenha de tomar cuidado com seu consumo de aipo. E tente não engolir sua saliva tão frequentemente” (Kresser).
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É O DIABO! MATE-O!
- Espinafre pode conter de 500 a 1900 partes por milhão (ppm) de nitratos
- Rabanetes, de 1500 a 1800 ppm
- Alface, de 600 a 1700 ppm.
- Carnes curtidas não mais que 156 ppm, e na maioria dos casos, a quantidade acrescida é de 120 ppm ou menos e após o processamento a quantidade que resta no produto final é tipicamente 10 ppm ou menos.
Curtindo um pump de bacon.
Hilário, certo? Felizmente para vegetarianos, porém, parece que nitratos e nitritos na dieta não estão diretamente relacionados com efeitos deletérios sobre a saúde, e já foi demonstrado que eles tem efeitos benéficos à saúde.
“De um ponto de vista terapêutico e nutricional, foi demonstrado que nitratos e nitritos reduzem a pressão arterial (Larsen et al. 2006), protegem contra danos após isquemias (Duranski et al. 2005), reduzem ostress oxidativo (Carlstrom et al. 2011), modulam a função mitocondrial (Larsen et al. 2011) e reduzem o consumo de oxigênio durante exercícios (Larsen et al. 2007). A última descoberta atraiu grande interesse da comunidade esportiva e entre fisiologistas do exercício” (Witzberg).
É, irmão- nitratos se convertem em nitritos, e nitritos se convertem óxido nítrico. Então, quando você come carnes curtidas, você estará conseguindo um pouco de “pump”.
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O consumo diário de bacon e muito levantamento de peso construíram este corpo.
Não é só o NO2 que faz do bacon uma ótima escolha de carne, porém – a carne suína tem mais vitaminas do complexo B que outras carnes, tem um ótimo perfil de aminoácidos, e te dá outra opção quando estivar mudando as fontes de proteínas, que muitos nutricionistas pensam ser ideal para uma saúde máxima. Este pode ser o motivo pelo qual atletas de força e fisiculturistas há muito tempo advogam pela inclusão de bacon em suas dietas. Oh, você não sabia que estes caras tem enchido a cara com “carne-sobremesa” desde o início do século XX? Bem, eles enchem. Aqui vai uma breve lista de alguns defensores vocais do bacon:
- Mariusz Pudzianowski– várias vezes vencedor do Homem Mais Forte do Mundo (World’s Strongest Man) e dono de um dos melhores físicos da história come o mínimo de 900 gramas de bacon por dia (Horton).
- O Trio Saxon– estes gigantes da virada do século comiam mais que 1,35 quilos de bacon ao dia (Gadreau).
- Adolph Nordquist– o “jovem Sandow era famoso por sua força e seu físico incrível, e recomendava comer bacon para suplementar a dieta com mais gordura maior força (Roach 39).
- Arnold Schwarzenegger– quando ele estava em seu maior tamanho como competidor, Arnold comia bacon todas as manhãs no café da manhã (Arnold).
- Dan Duchaine– o guru do fisiculturismo e químico Dan Duchaine recomendou bacon como parte da dieta durante toda a sua vida.
- Peary Rader– o fundador da revista Iron Man, levantador olímpico, e fisiculturista Rader advogava o consumo diário de presunto ou bacon (Roach 293)
- Vince Gironda– Um dos mais famosos treinadores de fisiculturismo e dieta, e ele próprio um fisiculturista bem sucedido, Gironda aderiu ao consumo de bacon para força e definição máximas (Palmieri 51).
- Reg Park– o fisiculturista campeão, o primeiro fisiculturista a levantar mais que 225 quilos, e estrela de filmes de ação comia bacon diariamente como parte de seu café da manhã.
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… e eu sei o que eu vou manter em uma sacola como minha nutrição “durante o treino” na academia. Aqui está a receita (em inglês), caso vocês queiram.
Fontes:
AMI Fact Sheet: Sodium nitrate: the facts. American Meat Institute. Web. 19 Dec 2014. http://www.meatami.com/ht/a/GetDocumentAction/i/44170
Arnold Schwarzenegger’s blueprint. Bodybuilding.com. 12 Nov 2014. Web. 19 Dec 2014. http://www.bodybuilding.com/fun/arnold-schwarzenegger-blueprint-trainer-mass-nutrition.html
Barr, Luke. Neanderthin! GQ article reprinted online. Neanderthin.com. Web. 12 Dec 2014. http://neanderthin.com/gq.htm
Cordain, Loren. Bacon: Is there anything left to discuss? The Paleo Diet. Jun 2014. Web. 12 Dec 2014. http://thepaleodiet.com/bacon-anything-left-to-discuss/
DeVany, Art. The Beginner’s Guide to Evolutionary Fitness. Artdevanyonline.com. 2 Dec 2012. Web. 12 Dec 2014. http://www.artdevanyonline.com/1/category/diet/1.html
Gadreau, Lou. The Saxon Trio: what they ate and how they trained. Bob Whelan.com. Web. 19 Dec 2014. http://www.bobwhelan.com/history/saxontrio.html
Knekt P, Järvinen R, Dich J, Hakulinen T. Risk of colorectal and other gastro-intestinal cancers after exposure to nitrate, nitrite and N-nitroso compounds: a follow-up study. Int J Cancer. 1999 Mar 15;80(6):852-6.
Konner M, Eaton SB. Paleolithic nutrition: twenty-five years later. Nutr Clin Pract. 2010 Dec;25(6):594-602.
Kresser, Chris. The nitrate and nitrite myth: Another reason not to fear bacon. Chris Kresser. 2 Jul 2014. Web. 19 Dec 2014. http://chriskresser.com/the-nitrate-and-nitrite-myth-another-reason-not-to-fear-bacon
Maestri, Nicoletta. Potato history- Archaological evidence for domesticating potatoes. About.com. Web. 19 Dec 2014. http://archaeology.about.com/od/plthroughpo/a/Potatoes.htm
Palmieri, Alan. Vince Gironda: Legend and myth. Web. 19 Dec 2014. http://www.davedraper.com/fusionbb/fbbuploads/1225141331-GirondaBook.pdf
Reg Park’s Diet for a Classic Physique! Classic Physique Builder. 19 Feb 2009. Web. 19 Dec 2014. http://classicphysiquebuilder.blogspot.com/2009/02/reg-parks-diet-for-classic-physique.html
Sisson, Mark. How Much Is Too Much? Mark’s Daily Apple. 31 Mar 2010. 18 Dec 2014. http://www.marksdailyapple.com/how-much-is-too-much/#ixzz3MHX4UDBe
Swann PF. Carcinogenic risk from nitrite, nitrate and N-nitrosamines in food. Proc R Soc Med. Feb 1977; 70(2): 113–115.
Witzberg E, Lundberg JO. Dietary nitrate – a slow train coming. J Physiol. Nov 15, 2011; 589(Pt 22): 5333–5334.
- Sem a visão de um objetivo um homem não pode gerir a sua própria vida, e muito menos a vida dos outros.